segunda-feira, 12 de abril de 2010

Greve de ônibus

Considerando que meu bairro não tem trem nem metrô e o único meio de transporte é o ônibus, estou impossibilitado de chegar ao compromisso. Estou pensando em tentar pegar a parte da tarde e usar meu meio de transporte alternativo e ecologicamente correto: andar até um ponto que tenha ônibus intermunicipais. Minha esperança é que esses não tenham sido afetados e posso descer onde quero chegar. Mas o engarrafamento deve ser inevitável pois ainda há reflexos do caos da chuva somado ao caos da greve.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Dia 6 de Abril de 2010 - o dia em que o Rio parou

A noite anterior já havia prometido. Um pouco a mais de chuva e todos estamos condenados a ficar presos. Tudo bem que não foi uma chuva comum, mas o início do caos foi igual a qualquer chuva: a Praça da Bandeira pára, a Brasil vira um Rio, a Ayrton Senna alaga... Não basta nosso sistema de transportes ser majoritariamente rodoviário, as ruas não são bem cuidadas. Há buracos, o escoamento é pífio e assim, a cidade pára. A mesma cidade que vai sediar uma Olimpíada e uma Copa do mundo, e que já ficou bem claro que não farão obras de transporte nos trilhos; vão, como sempre, dar um jeitinho no rodoviário que aí existe. Afinal, foi isso o que aconteceu no Pan-Americano: foi feito o "metrô" Barra, um ônibus; a integração Alvorada x Del Castilho (ônibus) e pintar uma faixa da Linha Amarela (e de outras vias) de laranja impedindo que quem interessava para o evento tivesse que enfrentar qualquer problema e largando a população toda ao caos (lembro que tive que sair de casa um desses dias da faixa exclusiva, meu ônibus bateu ao tentar usar o pedágio expresso e a Linha Amarela estava extremamente congestionada em toda a extensão). O Pan pode ter sido um sucesso para quem vê de fora, até porque a cidade foi escolhida para as Olimpíadas, mas quem precisava se deslocar no Rio, aparentemente, sofreu. Um detalhe importante, pelo que eu lembro, a chuva só veio no final do evento, e ai qe está o ponto, as coisas só dão (relativamente) certo por aqui caso não chova. Lembro que a partida de tênis teve que ser alterada e que o beisebol teve problemas. A solução? Sejamos cariocas otimistas e de alto astral e vamos torcer por sol! Não, isso não é solução que um governo deva dar. Não podemos estar sujeitos a fenômenos corriqueiros. Não é um terremoto. Não é uma erupção.

Toda vez que chove (dessa vez o excesso poderia ter causado todo o transtorno também em cidades mais bem administradas), fica óbvio que o sistema de transportes e de trânsito da cidade é patético. Minha impressão é que sempre é feito na base do jeitinho. O pior é que há cabeças pensando na solução, provavelmente nunca são ouvidos... Pontos críticos que eu conheço: Praça da Bandeira, Avenida Ayrton Senna, Estrada dos Bandeirantes, Grajaú-Jacarepaguá (essa tem o problema de estar na encosta, mas a parte técnica como asfalto deve ser vista, já deslizamentos, até certo ponto, são inevitáveis nesse caso, mas sabemos que ha o agravante da ocupação das encostas), Estrada do Itanhangá e Avenida Engenheiro de Souza Filho (sempre ficam com poças gigantes, durante dias após as chuvas), a Brasil com seus infinitos buracos entre outras tantas que eu particularmente não lembro ou não conheço.

Tentei sair de casa na terça. Ouvi no rádio que a melhor opção era evitar sair de casa, mas não levei a sério esse aviso, na minha cabeça a metrópole não podia parar. Depois, sou avisado por um amigo que o prefeito mandou ficar em casa. Com os ônibus presos em algum lugar, não havia opção a não ser esperar. A metrópole parou. Agora, só resta que os cariocas tenham muita energia positiva para que tudo dê certo nos próximos eventos da cidade. Ou que sejam tomadas atitudes sérias.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tarde na Gávea - A necessidade, na prática, do transporte de massa

Bom, eu, na condição de usuário de transportes coletivos e de cidadão morador da Baixada de Jacarepaguá, exercendo o direito de ir e vir, costumo me deparar, na prática, com os problemas de logística dessa cidade. Me incomoda muito como os administradores da cidade lidam com os problemas de forma externa, achando por meio de hipóteses que suas soluções são eficazes. Ou, talvez, por puro relaxamento... Infelizmente.

Certa vez, estava eu em Ipanema e, como não me importo de andar e poderia aproveitar para aproveitar a bela ressaca do dia, tendo, no final, o direito de pegar apenas uma condução para meu bairro, fui caminhando pela orla e depois pelo Leblon até a Gávea. Reparei, pelo caminho, que os 557 vinham lotados, o que já era de se esperar pelo horário. Não lembro dos S-20/382, mas estava disposto a ir até o ponto final do 750 e ir sentado e num ônibus só. Mas tive a decepcionante surpresa ao chegar na Praça Nossa Senhora Auxiliadora e ver uma fila dando a volta no Quarteirão. Tinham pelo menos 3 filas formadas e pensei na outra opção no local, o 755. Andaria um pouco mais, mas iria sentado. Ao contornar a praça, mais filas, enormes. Vi que a situação era pior do que minha mais pessimista previsão para o fim do passeio. Andei até o ponto do Planetário/PUC na esperança de pegar qualquer ônibus que fosse pra Barra. E, então, me deparei com um ponto extremamente cheio com pessoas avançando nos ônibus. Os 179 e 175 nem sequer paravam, 2113 caros e em pé, e os 750 e 755 que, mesmo com toda a frota reforçada, não dariam vazão àquele contingente... Fiquei imaginando nas possíveis soluções... Aumento da frota? Tinham bastantes 750 e 175, não podia se reclamar disso. Além do que, aumento de frota detona o trânsito. O fato provou que a população da Baixada de Jacarepaguá necessita de transporte de massa. Quem quiser comprovar, faça uma experiência de se deslocar da Zona Sul para a Barra no horário das 4 horas, num dia útil. Fora o trânsito intenso da auto-estrada, diria que mais lento que os outros engarrafamentos que costumo ficar (acho que pior que esse, só o do Maracanã, porque tem sinal).

No fim da história, os únicos ônibus que eram possíevis de ir com um mínimo de conforto eram os frescões de 8, 9 reais, um deles até servia para mim, mas não estava diusposto a gastar 10 reais. Agora, há uma esperança no "início" da construção (uma placa) da linha 4, mas era muito necessário que fosse pelo menos até o Rio das Pedras. Os 750 e os 267 Linha Amarela são a prova disso. Em outro post, farei meu relato sobre o 267, linha que uso diariamente (e que constantemente tento fugir). Até porque, já li em alguns lugares, mas infelizmente não tenho o dado certinho para divulgar aqui, nem estou muito preocupado com os detalhes técnicos no momento, a população dos bairros de Jacarepaguá é bem maior que a da Barra, apesar dos tamanhos continentais parecidos de ambos. Não é questão de uma região merecer mais que a outra, e também, no final das contas, só haverá uma estação na Barra, a do Jardim Oceânico, pelo que eu sei. Uma estação para toda a Baixada de Jacarepaguá enquanto Ipanema/Copacabana tem vários estações com distância de 2 km soa até como piada. Em outro post, expandirei essa idéia da estação única. É um avanço, mas como disse no início, temos que ver a prática. Não teorizar. Talvez, na teoria de quem fez o projeto, um raio de 10 km para uma estação fique satisfeita. Só mesmo se for teoria...