sexta-feira, 9 de abril de 2010

Dia 6 de Abril de 2010 - o dia em que o Rio parou

A noite anterior já havia prometido. Um pouco a mais de chuva e todos estamos condenados a ficar presos. Tudo bem que não foi uma chuva comum, mas o início do caos foi igual a qualquer chuva: a Praça da Bandeira pára, a Brasil vira um Rio, a Ayrton Senna alaga... Não basta nosso sistema de transportes ser majoritariamente rodoviário, as ruas não são bem cuidadas. Há buracos, o escoamento é pífio e assim, a cidade pára. A mesma cidade que vai sediar uma Olimpíada e uma Copa do mundo, e que já ficou bem claro que não farão obras de transporte nos trilhos; vão, como sempre, dar um jeitinho no rodoviário que aí existe. Afinal, foi isso o que aconteceu no Pan-Americano: foi feito o "metrô" Barra, um ônibus; a integração Alvorada x Del Castilho (ônibus) e pintar uma faixa da Linha Amarela (e de outras vias) de laranja impedindo que quem interessava para o evento tivesse que enfrentar qualquer problema e largando a população toda ao caos (lembro que tive que sair de casa um desses dias da faixa exclusiva, meu ônibus bateu ao tentar usar o pedágio expresso e a Linha Amarela estava extremamente congestionada em toda a extensão). O Pan pode ter sido um sucesso para quem vê de fora, até porque a cidade foi escolhida para as Olimpíadas, mas quem precisava se deslocar no Rio, aparentemente, sofreu. Um detalhe importante, pelo que eu lembro, a chuva só veio no final do evento, e ai qe está o ponto, as coisas só dão (relativamente) certo por aqui caso não chova. Lembro que a partida de tênis teve que ser alterada e que o beisebol teve problemas. A solução? Sejamos cariocas otimistas e de alto astral e vamos torcer por sol! Não, isso não é solução que um governo deva dar. Não podemos estar sujeitos a fenômenos corriqueiros. Não é um terremoto. Não é uma erupção.

Toda vez que chove (dessa vez o excesso poderia ter causado todo o transtorno também em cidades mais bem administradas), fica óbvio que o sistema de transportes e de trânsito da cidade é patético. Minha impressão é que sempre é feito na base do jeitinho. O pior é que há cabeças pensando na solução, provavelmente nunca são ouvidos... Pontos críticos que eu conheço: Praça da Bandeira, Avenida Ayrton Senna, Estrada dos Bandeirantes, Grajaú-Jacarepaguá (essa tem o problema de estar na encosta, mas a parte técnica como asfalto deve ser vista, já deslizamentos, até certo ponto, são inevitáveis nesse caso, mas sabemos que ha o agravante da ocupação das encostas), Estrada do Itanhangá e Avenida Engenheiro de Souza Filho (sempre ficam com poças gigantes, durante dias após as chuvas), a Brasil com seus infinitos buracos entre outras tantas que eu particularmente não lembro ou não conheço.

Tentei sair de casa na terça. Ouvi no rádio que a melhor opção era evitar sair de casa, mas não levei a sério esse aviso, na minha cabeça a metrópole não podia parar. Depois, sou avisado por um amigo que o prefeito mandou ficar em casa. Com os ônibus presos em algum lugar, não havia opção a não ser esperar. A metrópole parou. Agora, só resta que os cariocas tenham muita energia positiva para que tudo dê certo nos próximos eventos da cidade. Ou que sejam tomadas atitudes sérias.

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